Anvisa aprova Mounjaro para perda de peso e tratamento de obesidade
Resolução foi publicada nesta segunda no Diário Oficial da União; medicamento é vendido no Brasil pela farmacêutica norte-americana Eli Lilly
compartilhe
Siga noA Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta segunda-feira (9), uso do medicamento Mounjaro para tratamento de obesidade e sobrepeso. A resolução foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).
Injetável, a caneta já havia sido aprovada em setembro de 2023 pela Anvisa para tratamento de diabetes tipo 2. Fabricado pela farmacêutica norte-americana Eli Lilly, o medicamento é vendido oficialmente no Brasil desde maio de 2025, nas dosagens de 2,5mg e 5mg.
- Wegovy ou Mounjaro? Cientistas comparam os dois e mostram qual remédio para perda de peso é melhor
- Novo capítulo no tratamento da obesidade: Mounjaro chega ao Brasil
- Ozempic e Mounjaro: qual a diferença entre os fármacos?
A resolução publicada hoje permite indicação para obesidade, desde que ela esteja associada a pelo menos uma comorbidade.
A tirzepatida, cujo nome comercial é Mounjaro, aparece no DOU com permissões relativas a tempo de tratamento e dosagens.
Em março, a empresa havia anunciado o início da comercialização do Mounjaro para 7 de junho, mas o cronograma foi antecipado. O medicamento é concorrente direto do Ozempic, fabricado pela Novo Nordisk.
Em quatro etapas de istração "destampar, posicionar, destravar e pressionar/segurar", é possível fazer a autoaplicação por um botão e depois confirmar que a dose foi aplicada. Após o uso, a caneta deve ser descartada em recipiente específico para perfurocortantes.
O Mounjaro é um medicamento injetável que melhora o controle da taxa de açúcar no sangue e do peso de pacientes adultos com diabetes tipo 2, aliado a dieta e exercícios. Seu princípio ativo, a tirzepatida, é um agonista dos receptores GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose) e GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon-1), que são hormônios incretínicos naturais (oriundos do intestino). É uma molécula única que ativa os receptores do corpo para GIP e GLP-1.
Tanto os receptores de GIP quanto de GLP-1 são encontrados em áreas do cérebro humano importantes para a regulação do apetite. A tirzepatida diminui a ingestão calórica, e os efeitos são provavelmente mediados pela alteração no apetite.
REPERCUSSÃO
As entidades médicas analisam a aprovação do medicamento Mounjaro de forma positiva.
“Vemos com grande entusiasmo o avanço da ciência médica no tratamento da obesidade e do diabetes, especialmente com a aprovação da indicação da tirzepatida. As evidências mostram benefícios claros para pessoas que convivem com a obesidade, tanto com a tirzepatida quanto com outras moléculas já aprovadas, como a semaglutida. Como Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, defendemos o o ampliado da população a esses tratamentos, que impactam positivamente na qualidade de vida e nos desfechos cardiovasculares e metabólicos. Também reforçamos a importância de uma linha de cuidados efetiva no Sistema Único de Saúde para atender essa população. Por outro lado, fazemos um alerta: o uso dessas medicações não deve ser feito para fins estéticos. Nessas situações, os riscos superam os benefícios”, disse Clayton Luiz Dornelles Macedo, diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem).
Já o presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), Fábio Trujilho, "a aprovação da tirzepatida pela Anvisa para o tratamento da obesidade amplia o leque de opções terapêuticas disponíveis para médicos e pacientes. É importante lembrar que existem diferentes medicamentos indicados para o manejo da obesidade, e cada caso deve ser avaliado individualmente. Trata-se de uma opção segura, com perfil semelhante ao observado em pacientes com diabetes tipo 2, e que já vinha sendo incluída nas diretrizes da ABESO como alternativa terapêutica. Diversos estudos clínicos mostraram que o medicamento leva a uma perda de peso superior à observada com outras medicações já disponíveis, especialmente em doses mais altas. Nem todo paciente precisará do tratamento mais potente, mas para aqueles que têm maior necessidade de perda de peso por conta de comorbidades associadas, a tirzepatida a a ser uma ferramenta valiosa com respaldo regulatório".
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia