O deputado federal Rogério Correia (PT-MG), presidente da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, convidou oficialmente o governador Romeu Zema (Novo) para uma audiência sobre a adesão do estado ao Programa de Pleno Pagamento da Dívida (Propag), nesta segunda-feira (9/6).

O convite do petista é uma resposta à entrevista exclusiva do vice-governador Mateus Simões (Novo) ao Estado de Minas, onde fez uma série de críticas ao programa criado pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Simões, o governo federal tem “roubado” Minas Gerais ao cobrar juros considerados “abusivos” e pedir a federalização de ativos para zerar a taxa de correção da dívida, atualmente em R$ 170 bilhões.

“Eu não estou entregando nada, eu estou sendo tomado, eu estou sendo literalmente violentado publicamente pelo Governo Federal que está me tomando as coisas. O Governo Federal quer me tomar tudo. (...) Vamos reclamar desse agiota que cobra da gente esses juros”, disse Simões na entrevista publicada nesse domingo, dia 8 de maio.

Na justificativa do convite ao governador, Rogério Correia ainda cita críticas de Zema ao Propag. “Mesmo a Assembleia de Minas Gerais reforçando a importância de adesão ao programa, o governador do estado, Romeu Zema, e o vice-governador Mateus Simões, propagam para a imprensa diversas críticas infundadas que podem representar uma melhora da vida financeira do estado”, escreve o petista.

As críticas de Simões ocorrem após o bloco de oposição ao governo na Assembleia Legislativa demonstrar insatisfação com o plano do Palácio Tiradentes para amortizar 20% da dívida e, assim, zerar os juros de 4% ao ano. O estado pediu autorização aos deputados para federalizar uma série de ativos, como a Companhia de Desenvolvimento Econômico (Codemig) e sua acionista majoritária, a Companhia de Desenvolvimento (Codemge), além de uma lista com 343 imóveis.

Os opositores argumentam que os projetos de lei enviados para o Legislativo também autorizam a venda dos ativos no caso de uma sinalização negativa do governo federal, mas Simões nega essa intenção. O governo ainda pretende privatizar Cemig e Copasa para rear os recursos captados em leilão para amortizar a dívida.

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