O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) abriu o seu discurso na manifestação bolsonarista deste domingo (16/3), em Copacabana, no Rio de Janeiro, pedindo uma salva de palmas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e afirmando que ele ‘salvou o Brasil do comunismo’. “O meu, o seu, o nosso presidente, disse”.

Nas últimas semanas, Nikolas tem sido alvo de bolsonaristas por gravar conteúdo com influenciadores que criticaram o ex-presidente. Segundo ele, os atritos com Bolsonaro são “normais de acontecer”, porque têm opiniões diferentes.

No seu discurso no ato, o parlamentar mineiro fez uma defesa ao projeto de lei da anistia aos condenados pelo 8 de janeiro de 2023, assim como o tom adotado pelo discurso dos demais convidados do ex-presidente. Nikolas disse que fica triste com as pessoas que estão condenadas por crimes que, de acordo com ele, são leves. “Depredou uma estátua com batom? 17 anos de cadeia”.

Nikolas lembrou de Cleriston Pereira da Cunha, conhecido como “Clezão”, que morreu após sofrer um infarto enquanto estava preso preventivamente pelos ataques golpistas. “Para para pensar o que STF (Supremo Tribunal Federal) fez com a vida da família do Clezão. Eles não roubaram somente a vida dele. Eles roubaram a oportunidade da sua filha de mostrar o neto, o filho dela, pro seu avô”, disse.

Em um ataque ao Supremo, e ao ministro Alexandre de Moraes, Nikolas disse que o magistrado não tem voto dos brasileiros, mas “tem decidido sobre a vida das pessoas”. “O ‘Clezão’, infelizmente, é irreversível, mas existem hoje pessoas presas injustamente que também estão perdendo esses momentos tão preciosos como o nosso”, emendou.

O ato convocado por Bolsonaro neste domingo reúne milhares de pessoas nas areias do Rio de Janeiro, tendo como palavra de ordem absolver as pessoas que invadiram os prédios dos Três Poderes em 2023. 

Até o momento, o Supremo já condenou mais de 400 pessoas pelos ataques de 8 de janeiro de 2023. Outros 542 réus denunciados por crimes de menor gravidade am acordos com o Ministério Público Federal, medida que encerra a ação penal sem condenação em troca do cumprimento de medidas alternativas como multa, 225 horas de serviço comunitário, necessidade de comparecer a um curso sobre democracia e restrição de redes sociais.

Faixa no trio elétrico de Bolsonaro faz referência ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump MAURO PIMENTEL/AFP
Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) fez as principais críticas ao governo Lula MAURO PIMENTEL/AFP
Bolsonaro tinha expectativa de reunir 1 milhão de pessoas em Copacabana MAURO PIMENTEL/AFP
Bolsonaro pediu anistia aos condenados pelo 8 de janeiro de 2023 MAURO PIMENTEL/AFP
A denúncia contra o ex-presidente será analisada nesta terça (25) e quarta-feira (26) pela Primeira Turma do STF, que decidirá se o torna réu PABLO PORCIUNCULA/AFP
Flávio Bolsonaro foi o único filho de Jair a discursar no ato PABLO PORCIUNCULA/AFP
Ex-presidente se defendeu das acusações de tramar um golpe de Estado PABLO PORCIUNCULA/AFP
Bolsonaro chegou a reclamar da mobilização: 'No 7 de setembro tinha mais gente' PABLO PORCIUNCULA/AFP
Bolsonaristas levaram faixas e cartazes com referência aos Estados Unidos MAURO PIMENTEL/AFP
Bolsonaro reuniu apoiadores em Copacabana, no Rio de Janeiro MAURO PIMENTEL/AFP

Ao todo, o MPF ofereceu denúncia contra 1.687 envolvidos nos ataques golpistas. Entre as provas obtidas pela Polícia Federal, estão fotos e vídeos feitos pelos celulares dos denunciados, apreensão de materiais lesivos, documentos como relatórios de inteligências, e depoimentos.

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Pelo menos 412 pessoas respondem por crimes mais graves dentro do grupo dos executores dos ataques. Elas são acusadas de golpe de Estado, tentativa violenta de abolição do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e dano ao patrimônio tombado. Outras 1.204 pessoas estão no grupo dos incitadores, presas no dia seguinte aos ataques, no acampamento do Quartel General do Exército em Brasília.

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