Formada pela UFMG, atua no jornalismo desde 2014 e tem experiência como editora e repórter. Trabalhou na Rádio UFMG e na Faculdade de Medicina da UFMG. Faz parte da editoria de Distribuição de Conteúdo / Redes Sociais do Estado de Minas desde 2022
Tom e Ellie tentaram recuperar o pen drive com os Bitcoins, mas não conseguiram crédito: Arquivo pessoal
A inglesa Ellie Hart decidiu fazer uma limpa em casa durante uma faxina. Entre os itens que ela descartou estava um pen drive do marido, Tom. No entanto, o dispositivo que parecia estar obsoleto escondia uma fortuna: o armazenamento de £ 3 milhões (o equivalente a R$ 22,5 milhões) em Bitcoin.
A criptomoeda foi guardada num pen drive, que, por sua vez, estava dentro de uma gaveta, sem nenhuma indicação de que era especial. “Estava numa gaveta com recibos velhos, baterias descarregadas e fios emaranhados. Presumi que fosse um dos meus pen drives da escola e joguei fora sem pensar", revelou a professora de 34 anos ao site Daily Star.
Quando Tom começou a procurar o pen drive, é que ela entendeu o que havia acontecido. "Ele perguntou se eu tinha visto um pequeno pen drive preto que ele usava para seu Bitcoin. Eu congelei. Eu soube instantaneamente o que tinha feito. Meu coração simplesmente afundou. Eu disse a ele: 'Acho que joguei fora.' Eu me senti absolutamente mal.", desabafou.
Aí já era tarde demais. O casal tentou recuperar o dispositivo, mas foi em vão. "Nós até esvaziamos sacos de lixo. Havia uma mistura horrível de pânico e esperança, mas, no fundo, eu sabia que já era tarde demais", confessou.
Criado em 2009, o bitcoin tornou-se um dos ativos mais valiosos do mundo. Apesar disso, economistas de peso têm demonstrado reticência quanto ao futuro das criptomoedas.
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As previsões sobre o futuro dos criptoativos se divide entre os entusiastas das inovações tecnológicas e sua aplicação no ambiente do capital e aqueles que veem riscos à estabilidade econômica.
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Vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2013, Eugene Fama está na lista de especialistas que demonstram visão cética sobre o futuro desse ativo.
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Fama emitiu sua opinião ao participar de um podcast no dia 30/1/2025. Para o economista, as criptomoedas tem um “fim previsível”.
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“As criptomoedas são um mistério porque elas infringem todas as regras de um meio de troca. Elas não têm um valor estável real. Elas têm um valor realmente variável”, observou o economista americano, que venceu o Nobel ao lado de Peter Hansen e Robert Schiller pelo trabalho pioneiro em identificar as tendências nos mercados financeiros. Eivind Pedersen/Pixabay
“É o tipo de meio de troca que não deveria conseguir sobreviver. Eu espero que ela estoure, mas eu não posso prever isso. Eu espero que sim, porque se não estourar precisaremos recomeçar toda a teoria monetária”, completou.
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Ou seja, para Fama o mercado de bitcoins e de outras criptomoedas é uma bolha que irá estourar em algum momento. A previsão se baseia nas teorias monetárias tradicionais.
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O economista acredita que esse colapso do mercado de criptomoedas pode acontecer em até uma década. Eugene Fama considera ser “insustentável” que o sistema financeiro global migre inteiramente para as chamadas redes de blockchain. Isso porque seria preciso uma capacidade computacional enorme.
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Outro ponto mencionado pelo economista é a volatilidade das criptomoedas como meio de troca, sem apresentar um valor estável.
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O sistema financeiro tradicional tem registrado um crescimento do mercado de criptomoedas. Mas é um mercado que muda constantemente - aspecto que os economistas tradicionais alertam como perigoso.
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Em mais de 15 anos de existência, o bitcoin já registrou altas e baixas monumentais, o que, claro, atraiu investidores e especuladores.
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Em dezembro de 2024, o Bitcoin avançou acima de 100 mil dólares pela primeira vez. Mas é justamente a alta volatilidade do ativo que gera questionamentos em investidores.
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Para se ter uma ideia, em 2017 o Bitcoin chegou a 20 mil dólares pela primeira vez, mas no ano seguinte despencou para 4 mil dólares.
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Esses recorrentes ciclos de altas e baixas é que fazem economistas como Eugene Fama não demonstrarem entusiasmo com o mercado de criptoativos.
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O Bitcoin, assim como outras criptomoedas, é um ativo descentralizado. Ou seja, ele não é controlado por governos ou bancos centrais.
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Inicialmente, a ideia era que ele operasse como uma moeda digital, porém com o ar do tempo ou a ser considerado um ativo especulativo e reserva de valor. Muitos o comparam ao ouro digital.
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Em 2021, El Salvador foi o primeiro país do mundo a adotar o bitcoin como moeda oficial de curso oficial ao lado do dólar americano. No anúncio, o presidente Nayib Bukele deu tons épicos para a medida ao dizer que ela iria “revolucionar a economia” local.
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Os salvadorenhos aram a poder pagar impostos em bitcoins, assim como usá-los em comércios e serviços.
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No entanto, menos de quatro anos depois, em 29/1/2025, o país centro-americano retirou do bitcoin o status de moeda oficial. A medida foi consequência de condições impostas pelo FMI (Fundo Monetário Internacional para fazer empréstimo a El Salvador. No pacote de condições do fundo estava reduzir os “riscos do bitcoin”.
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Por decisão da Assembleia Legislativa controlada pelo partido governista, o uso ficou a transações entre cidadãos e empresas privadas. Além disso, não há mais obrigatoriedade de se aceitar a criptomoeda.
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Arrependida, Ellie diz ter sido o pior erro que já cometeu. Tom comprou o Bitcoin em 2013, quando a criptomoeda valia consideravelmente menos. A ideia é que aquele se tornasse um grande investimento – o que de fato aconteceria, se não tivessem sido descartados.
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