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Nesta semana, prevista para voltar a Minas, o presidente Lula (PT) deverá cobrar de Zema (Novo) sobre o dever de casa deixado no último encontro em Betim (Grande BH). “O que fez Bolsonaro para Minas?”, questionou Lula a Zema em um constrangedor olho no olho, em março ado. O petista avalia que fez mais por Minas do que o antecessor.
Ainda assim, depois de poupar o governo do aliado Bolsonaro (PL) por quatro anos, o governo Zema, agora, virou um tigrão contra o governo Lula, especialmente no caso da dívida de Minas. Antes do Propag, plano de renegociação do endividamento com a União, Romeu Zema e seu vice-governador, Mateus Simões, aderiram a um discurso mais duro e deselegante.
O Novo chegou hoje e age como se não existisse o ontem. Simões acusou o governo federal de estar roubando Minas em entrevista a este jornal. Bolsonaro foi poupado disso. aram quase sete anos, dos quais quatro com um governo aliado, mas não contrariam nem pediram para reduzir a agiotagem federal na dívida. Não teve força política ou teve medo de falar? Não custa perguntar para não cair na fácil polarização.
Agora, numa narrativa próxima da eleição, colocam a culpa no governo federal. Está na hora de enfrentar os problemas sem ficar jogando-os para debaixo do tapete. Se é eleitoreiro, não adianta falar que Antonio Anastasia (rival de 2018) é da turma do Aécio Neves e que Fernando Pimentel é do PT. Isso não será suficiente para a eleição.
Se tem um perfil e estratégia diferentes da de Zema, Simões terá que moderar seu discurso porque não poderá negar a história. Não pode agora haver mais um negacionismo da dívida e da responsabilidade de cada um, seja moral ou amoral, ou cruzando os braços. Nada fizeram durante o governo Bolsonaro por várias razões, mas uma delas é que, em parte, o tão odiado do Novo, Fernando Pimentel, já tinha resolvido pra eles. O petista deixou como herança uma liminar do STF para não pagar a dívida maldita herdada desde 98.
Oposição ignora Simões
O Bloco de oposição a Zema, liderado pelo PT, não quis rebater a fala do vice-governador Mateus Simões. Em nota, disse que a mentira é ferramenta de guerra. “O poder não deve ser uma obsessão que, para não perder, você joga sujo e baixo. No lugar de ataques e mentiras, o governo Zema deveria trabalhar por Minas Gerais e não entregar o nosso estado como fez com a Lei Kandir ao perdoar o governo federal, na época amigo deles, em R$ 126 bilhões. Este é um governo em que a culpa é sempre do outro. Ficam seis anos sem pagar um centavo da dívida, joga o problema para frente e quando há uma solução, reclama e mente”.
Agenda presidencial
Lula vem a Minas nesta semana, especialmente em Mariana, para incluir no acordo da tragédia da Samarco auxílio a garimpeiros e faiscadores. O senador Rodrigo Pacheco deverá integrar a comitiva.
Zema pensa no 2º lugar
Ao negar a trágica histórica da ditadura militar, Zema está dialogando para conquistar a direita radical, do bolsonarismo, prometendo que, em função da primeira, irá indultar Bolsonaro. Pode não ser suficiente. Essa área já é ocupada pela ex-primeira-dama Michelle e os filhos 01 a 04. Bolsonaro busca alguém que possa tirá-lo da cadeia. Um dos mais competitivos, Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, poderia fazê-lo, mas teria que sair do governo paulista até o dia 2 de abril do ano que vem para disputar as eleições. Zema quer ser candidato a vice.
Tentativa de união política
Uma comitiva de Minas, que reuniria membros dos três poderes e outros órgãos, deverá desembarcar na capital federal na próxima quarta-feira. A ideia é fazer um corpo a corpo junto aos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, além da bancada federal de Minas, pela derrubada dos vetos presidenciais ao Propag. O principal veto é o dos débitos privados de Minas, que estão incluídos no regime de recuperação fiscal, mas no Propag, não. Nesse ponto, Zema conquistou o apoio da Assembleia Legislativa e até do Tribunal de Contas do Estado.
Maior homenagem a Fuad
Se pretende homenagear Fuad Noman em cada obra que será inaugurada, ou reinaugurada, em Belo Horizonte, o prefeito Álvaro Damião tem uma oportunidade maior. Basta seguir seu programa de governo na PBH; ou então, realizar um programa de governo que entregue resultados; vai melhorar o Ideb?
Antirracismo em Betim
A secretária municipal de Educação de Betim (Grande BH), Marilene Pimenta, prometeu em 15 dias concluir a primeira etapa de treinamentos dos profissionais da área e o início da distribuição dos livros didáticos aos alunos para o início das aulas de história e cultura afro-brasileira e indígena na rede de ensino público da cidade. O projeto “Caminhos para a Igualdade” tem enfrentado forte resistência de um pequeno grupo de vereadores conservadores. Eles classificam de doutrinação religiosa o conteúdo dos livros adquiridos para o ensino da disciplina “África e Povos Originários na Educação de Betim”. De caráter antirracista, o projeto é alvo de fake news nas redes sociais.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.