Isabela Lapa
Isabela Lapa
Especialista em marketing e estratégia de posicionamento para empresas e marcas pessoais. Fundadora do Coisas de Mineiro e uma apaixonada por cultura, viagens e gastronomia.
GASTRONOMIA EM PAUTA

Comuna do Ibitipoca: o encontro entre a cozinha mineira, a arte e o tempo

No coração das montanhas, um projeto que valoriza ingredientes locais, histórias e experiências que não se repetem

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A primeira vez que ouvi falar da Comuna do Ibitipoca, achei que fosse só mais uma pousada charmosa nas montanhas de Minas. Mas bastou um fim de semana por lá para entender: não é só um lugar para dormir. É uma ideia inteira sobre como viver, comer, descansar e se conectar — com a terra, com o tempo, com as pessoas.

Localizada a cerca de uma hora de Juiz de Fora, no município de Lima Duarte, a Comuna ocupa um território imenso: são mais de seis mil hectares ao redor do Parque Estadual do Ibitipoca. Tudo ali parece ter sido desenhado para coexistir com a natureza — sem pressa, sem ruído, sem desperdício. A beleza não está só na paisagem, mas no cuidado com o entorno e na forma como cada detalhe respeita a cultura mineira e o ciclo das coisas.

As hospedagens seguem três caminhos, cada um com sua proposta. O Engenho Lodge tem um estilo que mistura o conforto de fazenda com toques de sofisticação. Quem se hospeda por ali vivencia a Comuna com mais estrutura, sem perder o contato com a natureza e com a essência do projeto.

É ali, inclusive, que acontecem os almoços preparados no fogão à lenha — receitas simples, feitas com ingredientes frescos, muitos deles colhidos da horta. Tudo servido sem pressa, com gosto de casa de vó, mas com a delicadeza de quem entende de cozinha. Em alguns dias, essa experiência muda de cenário: o almoço vira churrasco na Prainha, com tempo para banho de cachoeira e conversa demorada.

À noite, o jantar no Engenho é no formato de menu degustação, com pratos que mudam a cada dia e trazem o frescor dos ingredientes locais e a criatividade da cozinha mineira reinterpretada. Sem cardápio fixo, a experiência se revela ao longo dos tempos, com surpresas que mantêm o encantamento do início ao fim da refeição.

Para quem prefere uma vivência ainda mais próxima da comunidade, a hospedagem no Mogol é o caminho. É ali que fica o restaurante O Yucca, com uma proposta vegetariana e uma cozinha aberta que transforma a refeição em um momento de troca. A comida, assim como o espaço, é leve, pensada com calma. No mesmo vilarejo, o Gaia Café serve quitandas e produções próprias, em um clima de refúgio.

E há ainda o conceito Remote, para quem deseja silêncio, isolamento e longas caminhadas entre árvores e pedras. As casas ficam em pontos distantes dentro do projeto, cercadas de natureza por todos os lados. Um convite à pausa completa.

A relação com a gastronomia vai além das refeições. Os ingredientes vêm de produtores locais, muitas vezes dos próprios moradores. Há um empório dentro da Comuna, onde queijos, pastas e geleias são vendidos, e 50% do lucro é revertido para quem produz. Comer bem, nesse caso, é também fazer o bem.
Os ingredientes e receitas que compõem os pratos carregam a proposta de valorizar Minas Gerais.
O milho, por exemplo, aparece de muitas formas — no fubá, nas broas (que ganham versões distintas conforme a receita da casa), no angu que acompanha carnes e legumes.

O polvilho dá origem ao pão de queijo, um clássico sempre presente. O queijo e a goiabada surgem em combinações simples e precisas, em doces que atravessam gerações.

E como não poderia faltar, a mandioquinha, a carne de porco e o frango caipira aparecem em pratos preparados lentamente, como manda o costume.

No alto das montanhas, entre trilhas e pousos, uma surpresa: esculturas gigantes, feitas de sucata industrial, surgem no meio da paisagem.

São obras da artista Karen Cusolito, a mesma que já levou suas criações ao festival Burning Man. Instalada ali, a série chamada Big Family representa emoções humanas em forma de corpos monumentais. Só quem se hospeda na Comuna — ou participa de eventos especiais — consegue vê-las. Elas não estão ali para serem apenas fotografadas. Estão para serem sentidas.

 

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Mais do que um destino turístico, a Comuna do Ibitipoca é um convite à reconexão. Com a natureza, com a comida, com o tempo das coisas. Uma experiência que transforma o jeito de olhar para dentro — e para fora também.

Continue acompanhando nossas dicas e histórias sobre Minas Gerais no @coisasdemineiro. Para inspirações diárias, estou no @isabelalapa.

 

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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